Sangue Forte

Hoje tirei sangue. Para fazer exames de saúde. Fui à academia. Tinha minhas fraquezas, mas agora fazendo exercícios e seguindo um estilo de vida saudável me sinto forte. Não forte de músculos, pois os pesos ainda são leves. Imagino quando a minha vida começar a pesar de novo, se vou conseguir me reerguer e levantar os pesos. Tirar sangue não me deixou fraco. Mas se tirarem minhas amizades, meu mundo se desaba.

Os pesos que carrego são mais mentais do que físicos. Mas ao ter a carga física aumentada, torna a carga mental mais leve...

Busco levar a vida com leveza diante ao frenesi de planejamentos de projetos, comissões que eu participo ativamente apoiando, mesmo em caso de desistência, eu não deixo de apoiar aqueles que possuem as mesmas dificuldades que eu.

Tenho que trabalhar mais na comunicação clara e efetiva. Fazer projetos com quem tem rigidez cognitiva, abulia, ansiedade social, desconfiança e dúvidas da lealdade e o sentimento de falta de afeto (esses 5 últimos me afetavam demais, pelo diagnóstico de esquizofrenia), requer constante manutenção e clareza na comunicação, no qual a minha competência em se comunicar não é 100%, e nunca vai ser, porque o próprio conceito da teoria de comunicação, no modelo transacional, significa que a informação é enviada e recebida simultaneamente em meio a ruídos (não como os ruídos que eu alucinava quando não estava bem), e cada um a interpreta a partir de sua própria experiência.

A experiência de neurodivergentes é muito diferente das pessoas neurotípicas. Eu, tendo estudado Letras-Licentura e trancado o curso indo para o último semestre por causa de uma crise alucinatória, entendo muito bem disso. Não sirvo para ser docente, apesar de ser didático. Sirvo para escrever, esse é o meu chamado.

Inclusive, ao ter tido mencionado de desistência, me refiro a um caso específico, consegui convencer um comissionista autista que queria desistir de fazer a comissão que lhe pedi; a finalizá-la, pois ele se tornou meu amigo: o que aconteceu foi o seguinte; tive paciência, esperei ele processar os sentimentos dele e fui compreensível com ele nesse processo de fazer o desenho, que lhe trouxe sentimentos de ansiedade excessiva ao ponto de querer vomitar, causado por hipersensibilidade ou rigidez cognitiva. Mas devido minhas palavras de compreensão, Onkupo conseguiu relaxar e editar o esboço de Anne e prometeu ir até o fim; além de ter me chamado de um fofo. Abaixo, o esboço prometido:

Anne_Esboço

Você, que tem problemas assim como eu ou como ele, confie em mim.

Eu quero confiar nos outros assim como desejo ser confiado. É traumático como um esquizofrênico não conseguir confiar em ninguém e nem a si próprio.

Mas passou, o pior passou, o que o vento levou, não me afetará mais, a forma de lidarmos é buscar a calmaria no ponto mais alto do cume.

Seja mais compassível, como, Anne, a Mãe de Nine, uma mãe muito amorosa e carinhosa; na cena, ela se prepara para um baile de outono, uma data muito especial para o filho que a mãe que tanto incentiva a imaginação, no baile, ele acaba deixando de lado seu ursinho de pelúcia (tá mais pra coala do que urso), Rupert, ou melhor, Príncipe Rupert, deitado no trono, para cavalgar a galope na seu cavalo de pau Stella (tá mais pra égua), para impressionar Nina, a primeira e única outra criança que ele conheceu aos 8 anos. Esses são personagens do meu livro O Vampiro Girassol (página da web do livro em desenvolvimento) e livro com meta de prazo final de estiver pronto até final de 2026. Será que Nine, também tira muito sangue para exames? Ou como "vampiro", talvez ele beba?

Busque entender melhor os lados das pessoas. O meu livro explora todas as naturezas da psiquê humana e o ponto principal do livro é explicar como Nine, o protagonista do livro, entende as suas diferenças e as diferenças dos outros, num livro que contém diversidade plural de vozes de minorias, cuirs, étnicas, neurodiversas e que faz um levantamento de magnitude de espécies ao criar novas espécimes humanas...

Entraria a humanidade em um processo de cura, assim como eu...?